Aceleração da mobilidade conectada com investimento público é um descaso com o Aftermarket
O Ministério de Ciência e Tecnologia vai investir R$ 130 milhões de reais em inovações para a cadeia automotiva acelerar a mobilidade sustentável e conectada através da Rede de Inovação em Mobilidade, Logística e Descarbonização, cujo objetivo é estimular o desenvolvimento de novas tecnologias junto a veículos elétricos, autônomos e conectados.
Já tratamos disto em notícias anteriores onde o Aftermarket já havia sido alijado do Programa ROTA 2030, onde se insere agora esta ação do Ministério de Ciência e Tecnologia, pois é fruto do capítulo que trata da logística, sustentabilidade e mobilidade verde, situação completamente desfocada da realidade de mercado, pois o Aftermarket através do setor do comércio de autopeças é o maior operador logístico em autopeças em um país desta dimensão e nem sequer é ouvido. E não para por aí, falar em mobilidade verde enquanto as micro e pequenas empresas da reparação de veículos praticamente mantém a frota em circulação suporta um altíssimo custo na coleta, armazenamento e destino correto dos resíduos gerados e não recebe qualquer atenção do Governo, já beira o absurdo.
A inversão de valores está chegando a um ponto realmente estapafúrdio, pois é notória a necessidade de se dar atenção ao ciclo de vida total do produto, neste caso o veículo automotor. Ao invés de ser criativo somente na linha de produção e depois deixar o mercado solto, o que só acarreta mais custos, gastos públicos, resultando na necessidade de serem criadas legislações complexas de serem atendidas na prática, seria mais óbvio dar atenção a toda jornada e realizar os ajustes necessários onde os gargalos são encontrados.
Somos todos favoráveis a inovação, mas os estímulos através de recursos públicos deveriam contemplar toda a trajetória da descarbonização, ou seja, a transformação de matéria prima , a produção de componentes chegando ao veículo, toda vida útil do veículos através da Inspeção Técnica Veicular, a fiscalização das autopeças certificadas através dos organismos acreditados pelo INMETRO, passando por todo o processo de coleta, armazenamento e destino dos resíduos sólidos e OLUC, até chegar na desmontagem do veículo.
Estamos chegando em um momento em que talvez o Aftermarket deva seguir o caminho das Convenções como fizeram as concessionárias na década de 80 e assim proteger os investimentos e empregos.